Aspetos
marcantes
Nos primeiros anos da
minha vida, existiram alguns acontecimentos que me marcaram até aos dias de
hoje. Uns positivamente, outros negativamente. Apesar disso, vou falar de
alguns negativos, pois foram os que tiveram mais impacto.
Quando tinha apenas quatro
anos, era regular ir passar o fim-de-semana a casa da minha madrinha. Ficava
apenas a trinta minutos de distância de minha casa e eu adorava ir para lá,
porque assim podia brincar com o meu primo que era apenas dois anos mais velho.
O normal era passar só o dia lá e à noite voltava para casa, mas, nesse dia,
pedi a minha mãe para ficar lá a dormir, no outro dia iria mais cedo para casa.
Ela concordou.
Sendo assim, quando
chegou a noite, a minha madrinha levou-me para tomar banho e disse: «A banheira
está cheia de água. Espera um bocadinho que eu vou só buscar as toalhas e já te
venho dar banho».
Por algum motivo,
desconheço qual, achei que conseguia entrar para a banheira sozinha e, assim sendo,
tentei. A banheira ainda era alta, ou melhor eu ainda era pequena, e quando
meti uma perna para entrar, rolei lá para dentro, com a banheira cheia! A água
cobria-me a cara e eu fiquei mesmo aflita, se a minha madrinha não tivesse
chegado para me tirar de lá, duvido que conseguisse levantar-me sozinha por causa
da aflição em que estava.
Até hoje, o facto de
ter que por a cabeça debaixo de água num local onde o volume da mesma é
elevado, é uma tortura.
Um outro dos
acontecimentos que me marcou está também relacionado com a família e, apesar de
ter sido algo negativo a curto prazo, acho que a longo prazo me ajudou a ver as
coisas de outra forma.
Este aconteceu dois
anos mais tarde, relativamente ao anterior, portanto, quando eu tinha seis
anos. Nesta altura, a família descobriu que, para além de fumar tabaco, o meu
padrinho, também fumava droga. Depois dessa descoberta, ele foi confrontado e
saiu de casa, mas não deixou de fazer visitas.
Numa dessas visitas eu
estava lá, e acho que nunca me vou esquecer do aspeto deplorável em que ele
estava. Era algo de tão mau que tive a sensação que nunca tinha conhecido
aquele homem na realidade. Todas as imagens e momentos bons que tinha guardados
com ele, naquele momento, perderam o valor e foi como se aquele homem que ali estava,
não fosse sequer um conhecido para mim. Era pequena, mas lembro-me
perfeitamente de como o meu ar de assustada o assustou a ele.
Depois desse dia, nunca
mais o vi em pessoa, mas aquela imagem nunca me saiu da cabeça até hoje. O
facto de ter tido essa experiência, fez-me abominar as drogar e o tabaco. Para
mim, é irracional alguém destruir assim a saúde e a vida. Não tem lógica. E
duvido que alguém me consiga dar razões que sejam lógicas e favoráveis para o
fazer.
Joana Pereira
Nº 8 7º A
Parabéns pelo texto, Joana Pereira!
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